sexta-feira, 15 de junho de 2007

Canhões contra facões?

Quando defendo o Capitão João Gualberto, estou defendendo a figura de um militar que morreu defendendo o Estado do Paraná. Não estou dizendo que ele não era arrogante, ou que não tinha pretenções políticas, apenas afirmo que, João Gualberto cumpria ordens e morreu defendendo o Paraná. Hoje muito se fala nos coboclos que lutavam com seus facões de madeira, contra o exercito federal armado de metralhadoras fuzis e canhões. Também foi isso. Porém não foi só isso.
A questão de limites não foi decisivo no início da Guerra do Contestado. O que "pegou" mesmo foi que, catarinenses não aceitavam a presença de paranaense e grupos estrangeiros na região e vieram a participar ativamente do conflito. Coronéis do sertão, como antigos maragatos Demétrio Ramos, Arthur de Paula e Domingos Soares, há tempos recebiam apoio e armas de Florianópolis para guarnecer a região com suas tropas particulares. Também chefes da rebelião jagunça, tinham como lema defender o território catarinense. Ex. Bonifácio dos Santos (o Papudo), que organizou um reduto próprio entre os rios Paciência e Timbó e chegou a entrar em Canoinhas. Juca Tavares, que se estabeleceu nas nascentes do rio Itajaí do Norte. Um homem culto, que defendia a sentença do STF. Lutou até o fim da Guerra e chegou a parlamentar com o major Taurino de Rezende sobre as condições de paz. Mais um foi Aleixo Gonçalves de Lima, capitão da Guarda Nacional, que comandava mais de 300 seguidores.Então não eram apenas facões contra canhões. O Governo Federal defendia os interesses internacionais com certeza, e o Paraná defendia também claro os seus interreses e os interreses daqueles que estavam no poder. Mas acima de tudo, devemos reconhecer que também defendiam o território paranaense.